domingo, 13 de dezembro de 2009

A Construção escolar das diferenças.


A Instituição escolar é concebida de muitas diferenças, distinções e desigualdades. Começou a separar os sujeitos, tornando distintos os que freqüentavam à escola dos que não tinham acesso a ela. Dividiu internamente, separando os adultos das crianças, os meninos das meninas, os pobres dos ricos, católicos e não católicos.
Concebida para acolher alguns, mas não todos e aos poucos foi sendo requisitada e freqüentada por aqueles cujo acesso havia sido negado. Com isso a escola precisou de diversas transformações.
O espaço escolar já foi pensado e construído nesta forma, para que já houvesse a separação.
Os currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais didáticos, avaliação são seguramente, loci das diferenças de gênero, sexualidade, etnia, classe. Precisamos questionar não apenas o que ensinamos, mas o modo como ensinamos e que sentido nossos alunos dão ao que aprendem. Por isso temos que estar atento para a nossa linguagem, procurando perceber o sexismo, o racismo e o etnocentrismo que carregamos.
No ambiente escolar conhecemos e sentimos os mais variados cheiros, sons, sendo eles bons ou ruins e aprendemos a aceitar ou rejeitar.
Na sala de aula de aula vemos professores realizando separações nas brincadeiras falando que menina não brinca com brinquedo de menino e vice-versa, reparando e consertando a maneira de sentar de uma menina e mesmo dizendo que uma menina mais agitada que gosta de brincadeiras com meninos chamando-a de Moleca por isso.
Antigamente as escolas femininas se dedicavam a repetidas aulas de treino das habilidades manuais preparando jovens prendadas. Percebia-se na forma de ser e de agir se a menina ou o menino era normalista ou militar ou estado no seminário.
Na minha maneira de pensar penso que os comportamentos de meninos e meninas já não são mais como antes, devido às várias influências inclusive dos meios de comunicação. Por isso não podemos esperar que somente os meninos tenham comportamentos mais agitados, curiosos e agressivos e que meninas sejam mais tranqüilas. Eu mesma já tive turmas na qual as meninas eram mais agitadas e quando isso ocorre não podemos dizer que há desvios de comportamento.
Observa-se também nos livros didáticos que a diversidade de arranjos familiares e sociais, a pluralidade de atividades exercidas pelos sujeitos, o cruzamento das fronteiras, as trocas, as solidariedades e os conflitos são ignorados. Exemplos de discriminação nos livros didáticos, pois se referem aos negros a situações de hierarquicamente inferiores ou subordinadas.
Há professores que ainda hoje tem uma visão de que as mulheres são fisicamente menos capazes que os homens.
A Educação Física, também é privilegiada por manifestações com relação a sexualidade das crianças. Estudiosos que se dedicam ao estudo da sexualidade, afirmam que para vários homens praticar esportes durante a vida escolar era considerado “natural”, e o seu oposto era indicação de algo está errado. Sendo que o futebol é considerado quase que uma obrigação para qualquer menino normal e sadio. Quando ouvimos um homem falar que não gosta de futebol já o olhamos de maneira achando que algo está errado.
A linguagem, as tática de organização e de classificação, os distintos procedimentos das disciplinas escolares são todos, campos de um exercício desigual de poder.
Os currículos, regulamentos, instrumentos de avaliação e ordenamento dividem, hierarquizam, subordinam legitimam ou desqualificam os sujeitos.
Se quisermos reduzir e transformar toda a sociedade a partir da escola deveu adotar uma atitude vigilante e contínua no sentido de procurar desestabilizar as divisões e problematizar a conformidade com o natural, isso implica disposição e capacidade para interferir nos jogos de poder.


O Gênero da docência.


A Instituição escolar é primeiramente masculina e religiosa, marcada e voltada para a formação de um católico exemplar. A escola foi atribuída a produção do cristão, o cidadão responsável, dos homens e das mulheres virtuosos. Esse modelo de ensino permanece no país por um longo tempo. Com o passar dos anos foi percebendo que as práticas e arranjos de ensino sugerem algumas continuidades no processo educativo escolar, por outro, certas modificações indicam possíveis descontinuidade e rupturas. O Magistério e a escola transformam-se historicamente. Os sujeitos que circulam se diversificam e a instituição, talvez seja, sob vários aspectos, outra instituição. A mudança mais evidente nesse processo de transformação está a feminização do magistério.
No Brasil foi possível identificar essa transformação ao longo da segunda metade do século XIX, permitindo assim não apenas a entrada das mulheres nas salas de aulas, mas também o seu predomínio como docentes.
O magistério tornou-se atividade permitida e indicada para mulheres, representado de um modo novo na medida em que se feminiza e para que possa de fato, se feminizar.
Inicialmente estabelecem-se funções distintas para eles e para elas, ou seja, separados por gênero. Senhoras honestas e prudentes ensinam meninas, homens ensinam meninos, os currículos e programas distinguem conhecimentos e habilidades adequados a eles ou a elas, recebem salários diferentes, disciplinam de modo diferente seus estudantes têm objetivos de formação diferentes e avaliam de formas distintas.
Aos poucos foi crescendo os argumentos a favor da instrução feminina, vinculando-a à educação dos filhos e filhas.
Nesse processo de feminização, o magistério era associado às mulheres, como amor, a sensibilidade, o cuidado, etc., para que assim possa ser reconhecido como uma profissão admissível.
A representação do magistério é transformada, na qual as professoras são compreendidas como mães espirituais.
Até nos dias de hoje nós professores, principalmente de Educação Infantil, como mães sendo que os pais preocupam-se mais com os cuidados como alimentação, o sono e a parte pedagógica é deixada de lado por eles. Além de nos chamarem de “tias”.
A imagem do professor era vista como uma mulher assexuada, solteirona e os trajes e seus modos devem ser assexuados. A vida pessoal deve ser discreta e reservada.
Ainda hoje o professor é representado dessa maneira. Algumas instituições ditam a maneira de vestir, com trajes assexuados manter-se discreta como devem se comportar dentro e fora da instituição.
Não existe tal identidade, tanto porque não há só uma verdadeira representação desse sujeito, mesmo porque ele não é apenas um professor ou professora. Os alunos sabem disso e são capazes de compreender quando observam seus professores e professoras na rua, na praia, num shopping, ou num bar. Em algumas dessas situações, talvez eles e elas até lhes pareçam “outras pessoas”, despidos como estão dos símbolos e códigos que, através de suas roupas, gestos e linguagem, representam a incorporação da docência.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Alfabetização e Letramento

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.


Segundo as leituras realizadas alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever.
Letramento é muito mais que alfabetização. O letramento é o estado, uma condição: o estado ou condição de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita, com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as diferentes funções que a leitura e a escrita desempenham na nossa vida. Letramento é o estado ou condição de quem se envolve nas numerosas e variadas práticas sociais de leitura e de escrita.
Com o passar dos anos, o alfabetismo vem sendo superado, na qual um número cada vez maior de pessoas demonstra interesse pelo aprender a ler e a escrever, mas percebe-se que não basta apenas aprender a ler e a escrever. O que acontece é que as pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não incorporam a prática da leitura e escrita no seu dia-a-dia, ou seja não lêem livros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, escrever uma carta simples. A partir desse fenômeno observou-se a necessidade de levar os indivíduos ao letramento. Assim teríamos duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário, observou-se que o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.
- Um adulto pode ser analfabeto e letrado não sabe ler nem escrever, mas usa a escrita: pede a alguém que escreva por ele, dita uma carta, sabe pegar um ônibus pela observação de um código.
- Uma criança pode ainda não ser alfabetizada, mas ser letrada: que convive com livros, que vê os adultos lendo e escrevendo, finge que está lendo historinhas, conhece objetos através de rótulos como a Coca-Cola, Mc Donalds.
- Um adulto pode ser alfabetizado e não letrado, por não ter o habito de ler livros, jornais, revistas, não sabe preencher um formulário.
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio da tecnologia do conjunto das técnicas para exercer a arte e ciência da escrita. Letramento que implica nas habilidades várias tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir objetivos (In Ribeiro, 2003, p.91)
Ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código (Soares, 1998). Por isso, aprender a ler e escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las, mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.
A alfabetização acontece nos primeiros anos de escolaridade, mas não ocorre só nesse período, porque por toda a vida escolar os alunos estão avançando em seu domínio do sistema ortográfico, pois todo momento estamos aprendendo palavras novas e novos conhecimentos.
O letramento começa bem antes do processo de alfabetização, pois a criança é rodeada de material escrito e de pessoas que usam a leitura e a escrita e se dá por toda a vida do indivíduo. Não é um processo apenas do professor de português e sim obrigação de todos os professores, em todas as disciplinas e áreas do conhecimento.
Ainda quanto às diferenças entre letramento e alfabetização é necessário alertar que, estes dois processos estão diretamente ligados, contudo, devemos separá-los quanto ao seu abarcamento, devido as suas distinções já mencionadas anteriormente.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Atividades para educação infantil

Atividade Educativa
Essas atividades foram realizadas para turmas de educação infantil com o objetivo de reforçar conteúdos em sala de aula e trabalhando de maneira lúdica na sala de aula.